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girl on film

by ana sofia santos

26
Jan16

Versailles uma série Canal+ | O guia básico



  • A História
No início da série, Luís XIV tem apenas 28 anos. Os conflitos externos (com as Províncias Unidas) e internos (revolta dos nobres) atormentam o jovem monarca. 
O Rei é sedutor, estratega e manipulador. Quer assumir o poder e centraliza-lo em Versalhes. A série segue a transformação do Pavilhão de Caça (criado por Luís XIII) num sumptuoso palácio. A criação de uma espécie de espaço dourado onde o Rei pode reunir a Corte e governar o país. Luís XIV é o Rei de França e não o Rei de Paris. 


  • A ficção inventa uma realidade 
Ao longo de muitos anos, os correspondentes do La Gazette retractaram cada passo e gesto do Rei. São 78 volumes com 80.000 páginas. Nas palavras eternizadas há uma certeza: Versalhes tornou-se o epítome do absolutismo real durante os setenta e dois anos do reinado de Luís XIV. Mas o que esconde a História sobre os pensamentos mais íntimos, as dúvidas, as promiscuidades e os medos do Rei? É aqui que a série do Canal+ faz a sua magia. É-nos permitido imaginar tudo o que não sabemos oficialmente acerca de um dos monarcas mais fascinantes da História. Os enredos por detrás do mito, das decisões forjadas através de relações de poder, dos romances, da oposição política, da diplomacia e dos enredos palacianos. 


  • Luís XIV: um herói moderno
O coração e a mente de Luís XIV são o motor de uma narrativa que tenta transpor um retracto original muito longe das representações convencionais do Rei Sol. Em 1667, Luís é um jovem adulto traumatizado pelas lembranças da Fronde (Guerras Civis francesas), enfraquecido pela morte da mãe e atormentado pela insegurança da afirmação do seu próprio Poder.





  • Versalhes não é uma série histórica de moldes clássicos
A história de Luís XIV e a construção de Versalhes é apenas o pano de fundo da série. Os autores Simon Mirren e David Wolstencroft respeitam os pilares mais importantes da biografia do monarca mas jogam com ela, lançando uma nova luz sobre a época. Apesar de invadirmos a privacidade do Rei de França, este não é o único herói. A série é povoada por muitas personagens reais e fictícias e recheada de intrigas paralelas. Alguns actores circulam com uma postura rock 'n' roll e sexy em que perucas e figurinos fazem frente a cenários absolutamente deslumbrantes e luxuosos. 




  • Versalhes é universal e eterna
Luís XIV não se limitou a criar um palácio no meio do nada. Versalhes é símbolo de poder e de controlo. Um espaço pensado ao detalhe e feito para acolher aquele que se tornou eterno com a máxima: L'État c'est moi – uma frase que muitos consideram ser mito. São também muitos os historiadores que consideram Versalhes como o reflexo da paranóia sociopata do Rei Sol. Não interessa. Luís XIV morreu, França mudou mas o Palácio continua a brilhar como Património Mundial da UNESCO. 


  • Uma família / corte peculiar
Entre os irmãos Luís XIV (George Blagden) e Filipe de França, Duque de Orleães (Alexander Vlahos) existe uma relação de ódio-amor que balança entre a concorrência e a fidelidade absoluta. Filipe pretende ser um militar exímio mas na corte passeia-se em vestidos e maquilhado, acompanhado pelo amante Filipe de Lorraine (o Chevalier de Lorraine) interpretado por Evan Williams. A mulher do Duque de OrleãesHenriqueta Ana de Inglaterra (Noémie Schmidt) é a amante favorita de Luís XIV. Quanto à vida palaciana de Maria Teresa de Áustria, interpretada pela lindíssima Elisa Lasowski, é uma série dentro da série e por isso nada mais conto. Ficam a saber que estas personagens e intrigas adjacentes são a base do argumento da série.








Não esperem uma série fiel à História. Não esperem ficar especialistas em História Moderna de França e aviso que nem sequer especialistas na Corte de Luís XIV irão ficar. A série é ficção e não um documentário do Canal de História. Vejam-na desprovidos de julgamento histórico ou de necessidade constante de recorrer aos livros de História para verificarem datas ou nomes. Vejam Versalhes como vêm House of Cards e apreciem a construção de um líder. 
A audácia da série do Canal+ vale muito a pena. Ao contar a história de Louis XIV, que, com Versalhes, foi o primeiro homem a criar uma "marca internacional". A série é uma propriedade atraente que tem tudo para conquistar as televisões mais exigentes e cativar um público pensante e farto de tiros e de laboratórios de investigação criminal. 





I'm the King of my own land
Facing tempestrs of dust
I'll fight until the end
Creatures of my dreams - raise up and dance with me!
Now and forever
I'm your King!

Música: "Outro" dos M83

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