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girl on film

by ana sofia santos

27
Jul18

Primeiro teaser para The First, uma série Hulu com Sean Penn

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Criada por Beau Willimon (House of Cards) e protagonizada por Sean Penn, The First tem como base um futuro próximo (2030) e explorará os desafios dos primeiros passos dados em direção a Marte.
O público terá uma visão íntima sobre as personagens enquanto estas tentam alcançar o desconhecido e lidam com desafios psicológicos e físicos necessários para alcançar o impossível.

 

 

09
Mar18

The Handmaid's Tale | T2. Poster e teaser



“Seriously? What the actual f***?” diz Elisabeth Moss no teaser para a segunda temporada da série Hulu, The Handmaid's Tale. A gravidez de Offred é o ponto central e dominante nesta temporada, enquanto tenta resgatar seu filho das atrocidades de Gilead. Os dois primeiros episódios da segunda temporada serão transmitidos (nos EUA) no dia 25 de Abril.

18
Dez17

The Handmaid’s Tale | A simbologia



Medo! É esta a palavra que melhor justifica o brilhantismo e o sucesso daquela que é uma as melhores e mais intensas séries dos últimos tempos.

Associada à palavra medo está a palavra fascínio. É que nós, seres humanos, temos por hábito ser fascinados pelo que tememos e se a esta estrondosa equação juntarmos a abordagem à podridão humana percebemos facilmente porque é que a série Hulu é um feito único.





The Handmaid's Tale é uma criação de Bruce Miller baseada no romance homónimo de Margaret Atwood. De forma resumida, a série enquadra-se numa época após um atentado terrorista que termina com a morte do Presidente dos Estados Unidos e de grande parte da classe política eleita. Depois destes eventos, uma facão católica extremista toma o poder com o intuito declarado de restaurar a paz, instalar a ordem e povoar o pais. Os EUA passam a ser a República de Gilead, um regime totalitário baseado nas leis do Antigo Testamento. Com excepção das mulheres dos membros do novo governo, todas as minorias, mas sobretudo as  mulheres são remetidas ao último patamar do estrato social. Entre estas mulheres há Offred (Elisabeth Moss) uma "handmaid", ou seja, uma mulher cujo único objetivo de vida é o de procriar para manter aceitáveis os níveis demográficos da população. Offred é entregue à casa de um Comandante, um oficial de alto escalão do regime como escrava sexual/útero, mas esta relação acaba por destoar dos rumos planeados e aceites pelo sistema vigente.

É a delicada posição na fronteira entre a ficção e a realidade que torna The Handmaid's Tale assustadora. Mas além desta delicada posição, a história da série aborda ainda a linha que não separa a razão da religião. A série Hulu não está assim tão distante de passar de uma terrifica hipótese, a uma difícil realidade. No dantesco cenário deste conto, o presente é estéril e caros leitores, sabemos bem como - de acordo com os especialistas - para lá caminhamos.



A magnifica personagem principal, Offred tem uma vida de horror. Entre Comandantes, as suas malvadas mulheres, as domésticas Marthas, os espiões do regime e as restantes handmaids, tem como propósito máximo, sobreviver para reencontrar a filha e o marido que abruptamente lhe foram tirados.

A série está repleta de simbolismos. Uns mais óbvios que outros mas todos com um sentido muito claro e que ajudam a aprimorar o argumento.


Vermelho



As "servas" são obrigadas a usar vestidos vermelhos, longos e largos que cobrem o corpo na integra. O propósito destas vestes é a indicação da sua função e obrigação na Gilead: ter relações sexuais uma vez por mês com os Comandantes na esperança de conceber e dar à luz uma criança saudável que será entregue às mulheres das altas patentes que as criaram como suas.

Neste contexto, o vermelho é sinónimo de fertilidade, simboliza a cor do sangue menstrual. Como oposto, as mulheres dos comandantes usam azul, a cor associada à Mãe de Jesus, a Virgem Maria.

A utilização do vermelho nas roupas das "escravas" pode ser também visto como sinónimo de poder. É que na verdade e apesar do seu estatuto de "propriedade de alguém", estas mulheres têm poder, têm o poder de se reproduzirem. Não podemos ignorar que historicamente o vermelho é símbolo de poder. É ainda hoje usada por reis e papas.

Mas não podemos ignorar que ao vermelho também é associado o pecado, basta recordar, por exemplo, a história de The Scarlet Letter de Nathaniel Hawthorne. Para as mulheres dos líderes, as handmaid's são  prostitutas, pouco mais do que animais. 

O vermelho é um dos elementos mais importantes da simbologia da série, a palavra "red" está presente no nome da protagonista "Offred" e até no nome do Comandante  Fred Waterford, interpretado por Joseph Fiennes.


Distopia



É um reflexo dos regimes autoritários / totalitaristas. Ao longo dos episódios, a série tem muitas referencias à Bíblia: a glorificação do casamento, a absolvição do adultério por parte dos homens, a veneração, a humildade e a subserviência, etc.

Mas, na verdade a religião praticada na República não é a palavra escrita de Deus, é a palavra do Estado. Em The Handmaid's Tale, a Bíblia é adaptada ou alterada para promover os objectivos da República.


Os "Olhos de Deus"



Os olhos de Deus são os elementos da polícia secreta de Gilead. Trabalham para o governo e estão localizados e infiltrados por todo o lado. Qualquer um pode ser um Olho, e esta suposição está impregnada nas personagens que temem constantemente o estarem a ser observados.  Este olhos simbolizam a eterna vigilância de Deus ou neste caso, do Estado totalitário. Na teocracia de Gilead, os olhos de Deus e do Estado são assumidamente, o mesmo.


O Muro



O muro faz parte da estrutura de uma antiga universidade que - na época que a série aborda - é uma prisão administrada pelas forças policiais/militares da República. No muro são expostas os elementos que são executadas e penduradas com sacos sobre as suas cabeças de forma a mostrar aos cidadãos da República de Gilead que se portem de acordo com as normas. “we walk along the path once used by students, past buildings that were once lecture halls and dormitories… from the outside you can’t tell anything’s changed, except that the blinds are on most of the windows are drawn down. These buildings belong to the eyes now.” - Offred.


O símbolo das Handmaid



Durante as cerimónias de execução, um grande símbolo pode ser visto pendurado numa espécie de palco. A imagem feminina situada ao centro é a de uma deusa, a adaptação de uma antiga estátua egípcia, que estando colocada ao centro e rodeada por um semicírculo, simboliza o útero e uma lua crescente, ambas as referências à fertilidade.


Flores



Seja em cima de uma mesa, seja num papel de parede, as flores são constantes na série. São símbolo de fertilidade e de reprodução. Representação de beleza, as flores são usadas para simbolizar o que as mulheres da obra carecem: beleza individual e a capacidade de crescer e reproduzir livremente.

Se a adaptação do livro à televisão é brilhante, a realização e sobretudo a interpretação não deixam ninguém indiferente, os Emmy's que recebeu comprovam-no e são totalmente merecidos. A mensagem da história de Margaret Atwood é difícil, dura, cruel e as metáforas são uma constante. É público que a autora foi inspirada pelos movimentos puritanos e protestantes dos reformistas ingleses que instalaram colónias na costa leste dos EUA nos séculos XVI e XVII. Mas a realidade e contexto atual, fizeram com que esta série (mais do que o livro) ecoasse na realidade contemporânea norte-americana e não só.




"As all historians know, the past is a great darkness, 
and filled with echoes."

-  Margaret Atwood, The Handmaid’s Tale

10
Jun17

Harlots | Temporada 1. A intimidade da prostituição!





“1763. London is booming and one in five women makes a living selling sex.”

São estas as primeiras palavras da nova série da Hulu, Harlots e assim, logo nos segundos iniciais, o tema central da série fica esclarecido de forma bastante clara. 

Esta espécie de apresentação pode, no entanto, enganar os espectadores. E por isso permitam-me o esclarecimento: Harlots não é uma série sobre sexo e também não emite qualquer tipo de julgamento acerca das mulheres e da profissão que aborda.

A abordagem ficcional da prostituição não é novidade na televisão. Ultimamente temos vários exemplos: há bordéis em Game of Thrones, Deadwood, Westworld, Taboo, Sons of Anarchy, Boardwalk Empire, True Detective, Ray Donovan, entre tantas outras. Obviamente que tenho que fazer uma referência mais particular à brilhante The Girlfriend Experience, que aborda a prostituição de uma forma mais intima e centrada numa única personagem. 







Vistas muitas vezes através da perspectiva masculina, as prostitutas são apresentadas como  mulheres com coração de ouro a que o cavalheiro não resiste, como prostitutas em perigo de vida em que os heróis masculinos da série têm que salvar. Às vezes só se prostituem para sustento da família e outras vezes para alimentar vícios. Algumas vezes, são simplesmente prostitutas mortas, objectos de estudo para uma investigação cientifica e policial. 

Mas em Harlots, a história das prostitutas não se limita à caridade, aos infortúnios do destino nem sequer ao sexo. As prostitutas e estrelas principais da série são acima de tudo, mulheres de negócios. 

A série Hulu, que estreou em Março, não se limita a manter um argumento cuja história se passa dentro das paredes de um bordel, a série aborda as profissionais de sexo em Londres do século XVIII. É a perspectiva e a história de vida destas mulheres que impulsiona a narrativa e como parece diferente a prostituição vista do ponto de vista de mulheres de negócios! 

Harlots é uma abordagem franca de mulheres forçadas a entrarem numa profissão por pobreza, por opção ou nascimento mas que não são tristes ou desesperadas. As cenas de sexo não são excitantes ou demasiado explicitas, nem sequer são horríveis, gratuitas ou filmadas com algum tipo de julgamento - são simplesmente um acto/exercício do trabalho.

Os corpetes não são rasgados no acto de paixão mas há saias que são levantadas por uma questão de prática ou de gestão de tempo. É na vida das mulheres - além dessas transacções pagas – que está a verdadeira história.








A família Wells está a tentar construir um pequeno império através da prostituição. Margaret (Samantha Morton) é a dona do bordel. Esta mulher já nasceu nesta vida: a sua própria mãe vendeu-a aos 10 anos em troca de um par de sapatos. Mas ao invés de se entregar à infelicidade, soube aproveitar o que o pior da vida lhe deu e conseguiu aquilo que grande parte das mulheres inglesas em 1700 nem sequer imaginaria ser, Margaret é uma empresária. É também, em certa parte, a proxeneta das suas próprias filhas, Lucy (Eloise Smyth) e Charlotte (Jessica Brown Findlay). Nesta mulher, qualquer instinto maternal que se identifique é contrariado pelo seu objectivo máximo: o de arrecadar dinheiro suficiente para comprar uma casa no bairro sofisticado de Soho e assim conseguir que o seu negócio de sexo alcance públicos com mais posses e influências. 

“Money is a woman’s only power in this world (…) This city’s made of our flesh, every beam, every brick. We’ll have our piece of it.”, argumenta Margaret. 

Mas infelizmente para a experiente mulher, há concorrência – a Madame Lydia Quigley (Lesley Manville), dona de um dos bordéis mais antigos de Londres e situado na zona mais respeitável da cidade. Lydia faz de tudo para destruir os negócios de Margaret, e vice-versa. As tácticas brilhantes e implacáveis que usam para minarem e estragarem os planos das rivais, são maleficamente fabulosas. 

Os oito episódios foram inspirados pelo icónico Harris’s List of Covent Garden Ladies,  um directório para a prostituição de Londres, escrito por clientes e proxenetas no século XVII. Esta espécie de guia foi publicado por quase 40 anos. Era uma tipo de “guia auxiliar” para os turistas e clientes do “comércio sexual” e eram compiladas as especialidades, os talentos e os atributos físicos das prostitutas na área. 

Criada por Moira Buffini e Alison Newman, a equipe de produtores e argumentistas da série é em grande parte feminina, o que explica parcialmente por que Harlots tem um novo olhar sobre esta histórica profissão.








A escolha de Brown Findlay (a Lady Sybil da saudosa Downton Abbey) como a destemida Charlotte foi um golpe de génio. Entre o pó de arroz, as excêntricas vestes e as perucas, é uma linda mulher e profissional audaz - um contraste com os papéis limitados das damas da época. 

Harlots não é uma proclamação feminista que reformula o negócio do sexo como algo de nobre. É uma série em que as prostitutas são tratadas pelos argumentistas ao mesmo nível de humanidade e de importância que aqueles que historicamente usaram e definiram este negócio. São abordadas, sem pudores relações entre pessoas do mesmo sexo e inter-raciais. Aqui, os homens desempenham um papel de apoio para as estrelas principais da série: as mulheres complexas, astutas e corajosas que, tal como os seus clientes, têm ambições e objectivos.

Uma nota de grande destaque ao guarda-roupa e cenários. São absolutamente arrebatadores. 




Pleasure has a price!

08
Jan17

The Handmaid’s Tale | Teaser oficial



"My name is Offred, and I intend to survive".

A Hulu divulgou o primeiro teaser para The Handmaid’s Tale, uma adaptação da novela de Margaret Atwood













Realizado por Reed Morano, o drama de 10 episódios conta a história "da República de Gilead - antigos Estados Unidos da América - em que uma teocracia totalitária cristã derrubou o anterior governo democrático americano. O regime instaurado é fortemente caracterizado por uma divisão social semelhante às castas; cada membro da sociedade ocupa um lugar fixo na hierarquia social, desempenhando  uma função específica. A história é narrada pela personagem principal, uma mulher de nome Offred que pertence a uma classe de concubinas, cujo propósito é providenciar um meio para a procriação em casais das classes superiores da sociedade."(fonte: Wikipédia)

Do elenco fazem parte Elisabeth Moss, Joseph Fiennes, Samira Wiley, Alexis Bledel, Max Minghella, Ann Dowd, Madeline Brewer, Yvonne Strahovski e O.T. Fagbenle




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