No ano passado, escrevi algures neste blog acerca de Fifty Shades of Grey e constatei que já tinha visto no YouPorn "filmes" com mais argumento, mais cometentes e mais entusiasmantes do que o filme de Sam Taylor-Johnson.
Relativamente a esta segunda parte da saga, continuo a manter essa máxima. Há coisas mais eróticas à distância de um clique.
A direcção mudou de mãos mas em nada melhorou. James Foley conseguiu criar uma sequela tediosa, sofrível e mais do mesmo - para o melhor e para o pior. Se o primeiro filme ainda ousou ao tentar abordar de forma light um campo delicado da sexualidade, este comete suicídio ao esforçar-se por apelar estritamente aos instintos mais básicos da intimidade entre um homem e uma mulher.
Não há nada de erótico ou de soft porn neste Fifty Shades Darker. O filme foi classificado para maiores de 16 e isso diz tudo. Se havia potencial a desbravar, a Universal Pictures destruiu qualquer hipótese de ousadia. Todas as promessas de quecas competentes, palmadas bem dadas e vibradores eficazes não são cumpridas. O único PVC que vislumbramos ao longo de 117 minutos de filme está na cara de Kim Basinger.
As personagens são tão banais e superficiais que se torna impossível gerar simpatia. Nem o deslumbrante Jamie Dornan ou a interessante (quase) nudez de Dakota Johnson animam as hostes.
Não é sensual nem estimulante, é pura e simplesmente mau, muito mau. Fifty Shades Darker funciona como uma vitrina limitada, pouco entusiasmante e envergonhada de alguns adereços sexuais. No entanto, caros leitores, lamento informar mas até o uso de bolas chinesas é banal.
Resumindo: este filme é cinquenta vezes mais chato do que o primeiro.
Dois pontos positivos:
- a presença musical do talentoso José James;
- a decoração deslumbrante e minimalista da casa de Christian Grey.